
Após o sucesso de Cogumelo de Espuma que já teve os direitos de publicação vendidos na Espanha (Incógnita Editorial) e nos Estados Unidos (Portfolio GM), a escritora Staël Gontijo, também premiada em 2011 com o conto “Jardin des Âmes” pelo prestigiado Institut Litteráire – Sorbonne Nouvelle (Universidade Sorbonne) lança, pela Editora Gutenberg, o seu próximo livro “Marília de Dirceu – A inconfidência, a musa e a vida privada em Ouro Preto no século XVIII”. O
evento será no dia 28 de abril, 11 horas, na livraria Café com Letras (rua Antonio de Albuquerque, 781 – Savassi – Belo Horizonte).
Maria Dorothea Joaquina de Seixas se tornou figura emblemática pelos versos escritos por seu grande admirador, o poeta símbolo do Arcadismo, Thomaz Antônio Gonzaga (1744-1810), na obra Marília de Dirceu. Muito do que se sabe sobre essa musa inspiradora consta nas palavras do poeta que, entre decassílabos e redondilhas, homenageou a força dessa mulher fascinante. Tendo como pano de fundo a Inconfidência Mineira, a obra busca mostrar outra face desta mulher marcante, à frente de seu tempo, que sofreu – e superou – os preconceitos de sua época: o sexual, como uma mulher que viveu 85 anos de um século que se pautou pelo machismo; o social, como noiva de um inconfidente, e depois como solteirona reclusa em seu mundo de perdas; e o religioso que a confinou à solidão de uma vida casta. Passando por cima de tudo isso, realizou com dignidade rara uma ascensão estável naquela sociedade paternalista e foi considerada uma celebridade de quem até o imperador quis beijar a mão.
Diante do obstáculo da escassez de dados, a autora mergulha no pequeno vilarejo de Vila Rica, como ela explica na introdução ao livro: “Ao moldar versos à pesquisa histórica, encontrei uma Vila Rica pululante, onde pude ouvir o trote dos cavalos adentrando nas vielas; as carruagens rangendo desesperadas na fuga de ladrões sedentos de ouro. Caminhei por praças abarrotadas de sinhás em seda e tafetá, refresquei-me em chafarizes ornados de escravas buliçosas. Senti os aromas pitorescos do fogão a lenha, aquecido pela marcação dos sinos. Lastimei o açoite de escravos ao raiar do dia, e os segredos de alcova que as noites encobriam”.
Debruçando-se em uma sociedade que chegou a ser comparada com Londres e França de sua época, Staël Gontijo nos encanta com a complexidade desta personagem em um relato claro e verdadeiro sobre o caráter e a evolução pessoal da mineira que ganhou uma das mais apaixonadas poesias de todos os tempos.
evento será no dia 28 de abril, 11 horas, na livraria Café com Letras (rua Antonio de Albuquerque, 781 – Savassi – Belo Horizonte).
Maria Dorothea Joaquina de Seixas se tornou figura emblemática pelos versos escritos por seu grande admirador, o poeta símbolo do Arcadismo, Thomaz Antônio Gonzaga (1744-1810), na obra Marília de Dirceu. Muito do que se sabe sobre essa musa inspiradora consta nas palavras do poeta que, entre decassílabos e redondilhas, homenageou a força dessa mulher fascinante. Tendo como pano de fundo a Inconfidência Mineira, a obra busca mostrar outra face desta mulher marcante, à frente de seu tempo, que sofreu – e superou – os preconceitos de sua época: o sexual, como uma mulher que viveu 85 anos de um século que se pautou pelo machismo; o social, como noiva de um inconfidente, e depois como solteirona reclusa em seu mundo de perdas; e o religioso que a confinou à solidão de uma vida casta. Passando por cima de tudo isso, realizou com dignidade rara uma ascensão estável naquela sociedade paternalista e foi considerada uma celebridade de quem até o imperador quis beijar a mão.
Diante do obstáculo da escassez de dados, a autora mergulha no pequeno vilarejo de Vila Rica, como ela explica na introdução ao livro: “Ao moldar versos à pesquisa histórica, encontrei uma Vila Rica pululante, onde pude ouvir o trote dos cavalos adentrando nas vielas; as carruagens rangendo desesperadas na fuga de ladrões sedentos de ouro. Caminhei por praças abarrotadas de sinhás em seda e tafetá, refresquei-me em chafarizes ornados de escravas buliçosas. Senti os aromas pitorescos do fogão a lenha, aquecido pela marcação dos sinos. Lastimei o açoite de escravos ao raiar do dia, e os segredos de alcova que as noites encobriam”.
Debruçando-se em uma sociedade que chegou a ser comparada com Londres e França de sua época, Staël Gontijo nos encanta com a complexidade desta personagem em um relato claro e verdadeiro sobre o caráter e a evolução pessoal da mineira que ganhou uma das mais apaixonadas poesias de todos os tempos.